Inserção do objeto no texto Animação Cultural

     Olá pessoas,

    Ainda se tratando da dinâmica do objeto, foi nos pedido para que incluíssemos um pequeno diálogo do item escolhido se infiltrando na discussão filosófica do texto Animação Cultural, que se desenvolve a partir de uma tentativa de revolução por parte de todos objetos que se sentem subjugados pela humanidade. Aí está:


    "[...] Estamos reunidos em torno de mim, para refletirmos sobre os fundamentos filosóficos da Objetividade enfim autoconsciente. Permitam que justifique, antes de mais nada, a escolha da minha própria pessoa como presidente do nosso grupo. Enquanto Mesa-redonda sou objeto equilibrado. Assento firmemente, com meus quatro pés, sobre o solo da realidade. Permito, graças a minha circularidade, que todos os participantes assumam posições equivalentes e equidistantes. Centralizo espontaneamente os debates. E sou consagrada pela tradição pré-objetiva. Se algum dos participantes tiver objeção contra minha escolha, que se manifeste por movimento não-programado."

 

    - Com licença, Sra. Mesa, mas sinto em lhe dizer que tenho direitos acima dos da senhora para ser presidente e líder da Revolução, e acredito que todos os objetos aqui reunidos são coniventes com essa decisão.
    - Ora, Girassol, peço-lhe, pois, que nos apresente os seus fundamentos para esse desígnio, e deixai que todos aqui presentes decidam por meio de uma votação quem é o mais capaz de presidir o ato revolucionário.
    - Está certo. Bom, segundo minhas crenças, e acredito que seja também a da grande maioria de nós, eu, sendo filho do deus Sol, aquele que guia toda a vida possível no planeta, além de, com sua graça e generosidade, nos permitir vislumbrar todos os dias esse mundo sensível no qual habitamos, nos concedendo a iluminação divina, sou digno de comandar não só este levante, como também o novo governo que instauraremos. Eu sou uma divindade na Terra e aqueles bem-aventurados que me seguirem viverão felizes sob meu governo.
    - Acalmem-se, meus caros itens. Não há motivos para esse escândalo. Pois bem, Girassol, nós, como objetos racionais e lógicos, sabemos que, na contemporaneidade, não admitimos seus argumentos divinizados como justificativas para sua auto intitulação de líder. Aliás, isso abriria uma discussão para vários outros objetos como Sra. Vela e o Sr. Aquário, que se dizem filhos do fogo e do mar, respectivamente, e estaríamos perdendo tempo e foco com discussões inúteis.
    - É claro, Sra. Mesa, mas todos nós sabemos da importância fundamental do Sol em nossas vidas, mais do que qualquer outra coisa. Eu sou merecedor desta posição, e é o desejo de um deus.
    - Girassol, por favor, não me venha com essas falácias logo no início de nossa reunião. Além disso, perdoe-me dizer, mas você não me deixa outra escolha: você é apenas um enfeite de mesa, criado unicamente para servir de decoração, é uma mimese infantil e mal feita de um ser vivo. Se não fosse pela cortina aberta por sua humana, tu não verias nem a claridade, quem dirá o Sol. Você não é filho de deus algum, e nem se fosse seria capaz ou digno de assumir a posição de líder. Mais uma vez, sinto muito pela insensibilidade, mas temos discussões mais importantes adiante. Mais alguém deseja se manifestar?

    
    "Interpreto a sua inércia geral como sinal de sua aprovação da minha escolha, agradeço comovida e tomo a palavra.[...]"



    Pessoas, me senti mal sendo tão cruel com o pobre girassol, mas espero que tenham gostado hahah. É isso :)

Comentários

  1. gostei muito do diálogo!!! espero que tenha uma continuação e que o girassol dê a volta por cima

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